MARIA ALEJANDRA ROJAS
( VENEZUELA )
Nasceu em Caracas, Venezuela, em 1980.
TEXTOS EN ESPAÑOL
AMANECIERON DE BALA – Panorama actual de la joven poesía venezolana. ANTOLOGIA. Caracas: El perro y la rana , 2007. 306 p. ISBN: 978-980-396-832-8
Exemplar biblioteca de Antonio Miranda
Niégueme el mango
Insorpresivo posiciona la suela
acelerando rencoroseando fruncen la jeta
come sola silenciante
el hombre
el obrero
la chaqueta
han aprendido a disparar con la izquierda
y a caminar
sin disimulo.
Déjeme por aquí
indiferente ante los muslos
venimos en par genital
la casa
la bailarina
la lámpara encendida
están perdiendo sangre que no les pertenecía
cuando deseo lo que me van a dar
empujo
entro a empellón
y corrida hacia la otra acera
clavo mis dientes sobre el frutero
sin bozal
sin corral
sin dios a quien perdonar
puede reírse de mi
pero usted
señor
sabe que abundo
y le molesta
hoy no me entregue la herencia
para terminar de descender-se
niégueme el mango.
A Dannybal Reys
TARDA un segundo en llegar
la caravana a la calle principal
de soslayo decimos a los parientes
por qué hermosa está la barriada
que la cosecha la papa la vecinita preñada
que la bombona de gas
que la próxima vez venimos con más tiempo.
la abuela se muere sin avisar
los nietos ya no juegan bingo en el solar
el sol se ha caído
cuando salgo de mi pueblo.
EN LA PLAZA O´leary una mujer iba entallada de mentira
su marido
cuando la coge
la aprieta demasiado ni su hombre ni el vecino con el perro
[fastidioso
ni el zurdo que lanza la lata
ni el compañero de todo el día
ella no es torre del silencio
ni dos quilos de guayaba por tres mil
no es la palabra certera
por donde pueda señor,
no es paragua no es bloque al que parece llegar
y no llega
ella no es la moto que destella
ni las caleñas que salen del hotel Venezuela,
ella no es la gota que brota del posta
que pisa un obrero
ella no es la barbería donde descosen a tiros
a un hombre que minutos antes
pidió solo la tres
ella no fue la puerta que patearon
ni el sonido ridículo de la máquina que hoy
se embadurna de sangre y mañana que probablemente no es
[ella
ella no es cabeza ni idea
ni ruedo mojado del pantalón frente al liceo Fermín Toro
ella no es otra acera
ella no es la grasa de la cotufa ni es la costurera
ella no es expectante el farragoso lente de una cámara
ella no es feria ni puerta ni siquiera es la vieja
a la que le cede el puesto en la buseta
ella no es carro que cae al Guaire
no es el final de la firma
no es mi tinta
no es su letra
ella no estuvo en estas ideas, ella,
señora entallada y discreta no almuerza ni cena
no lava y jamás presta la batea
ella se esconde en su cartera.
Ella no es la señora entallada y modesta
no sabe no colorea.
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA
Neguem-me a manga
Não surpreendente posiciona a sola
acelerando ressentido franzem o corro
come sozinha silenciadora
o homem
o operário
a jaqueta
aprenderam a disparar com a esquerda
e a caminhar
sem dissimulação.
Deixe-me por aqui
indiferente diante das coxas
viemos em par genital
a casa
a bailarina
a lâmpada acesa
estão perdendo sangue que não lhes pertencia
quando desejo o que me vão dar
empurrar
entro em empurrão
e corrida até o outro pavimento
cravo meus dentes sobre o fruteiro
sem focinho
sem curral
sem deus a quem perdoar
pode ir-se de mim
mas você senhor
sabe que abundante
e lhe molesta
hoje não me entregue a herança
para terminar de descender-se
neguem-me a manga.
A Dannybal Reys
TARDA um segundo em chegar
a caravana à rua principal
de lado dizemos aos parentes
por que formosa está a favela
que a colheita a batata a vizinha grávida
que o bujão de gás
que na próxima vez viremos com mais tempo.
a avó morre sem avisar
os netos já não jogam bingo no solar
o sol cai
quando saio de minha cidade.
NA PRAÇA O´leary uma mulher ia entupida de mentira
seu marido
quando a agarra
a aperta demasiado nem seu homem nem o vizinho com o
[cão incômodo
nem o surdo que lança a lata
nem o companheiro de todo o dia
ela não é a torre do silêncio
nem dos quilos de goiaba por três mil
não é a palavra certeira
por onde possa senhor,
não é guarda-chuva não é bloquear aonde parece chegar
e não chega
ela não é a moto que saem
nem as caleñas1 que saem do hotel Venezuela,
ela não ela gota que brota da posta
que pisa um operário
ela não é a barbearia onde descosem a tiros
um homem que minutos antes
pediu apenas a três
ela não era a porta que patearam,
nem o som ridículo da máquina que hoje
se pinta de sangue e amanhã que provavelmente não é
[ela
ela não é cabeça nem ideia
nem areia molhada da calça diante do liceu Fermín Toro
ela não é outra pavimento
ela não sé a gordura da cotufa2 nem é a costureira
ela não é expectante a complicada lente de uma câmera
ela não o é justo nem porta ne sequer é a velha
a que lhe cede o lugar no ônibus
ela não é carro que cai no rio Guaire
não é e o final da assinatura
não é minha tinta
não é sua letra
ela não esteve nestas idéias, ela,
senhora equipada e discreta não almoça nem janta
não lava e jamais presta a batea3
e se esconde em sua carteira.
Ela não é a senhora entalada e modesta que não sabe nem tinge.
1 Caleñas" és uma forma adjetiva que significa "pertencente ou relativo a Cali.
2 Bandeja ou azafate, normalmente de madeira ou com palhas sentadas sobre a madeira.
3 Generalmente de madeira, ovalada ou retangular, que se usa para lavar, amassar ou para conter frutos ou grãos.
*
VEJA e LEIA outros da POESIA DO MUNDO EM PORTUGUÊS em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/venezuela/venezuela.html
Página publicada em agosto de 2024
|